Uma pessoa é Rita Wainer. Outra, a Teodora. Rita faz arte na moda, ou moda com arte. Teodora vende moda. Na performance de Rita, dentro da tenda Ipanema, três deusas gregas, as moiras Cloto, Laquesis e Artrópos, desfiavam fios, que são os destinos dos mortais.
Em volta, passavam lentamente as modelos (ou mortais), com vestidos volumosos, criados a partir de moulage - técnica de modelagem com o tecido no corpo -, assimetrias e misturas de tecidos e estampas. Esta foi a performance, que será repetida todos os dias em vídeo em um dos containers da Marina da Glória.
Depois das luzes teatrais e dos gestos das deusas, as modelos vieram segurando balões, à luz clara de desfile, para detalhar as roupas para a platéia postada em volta, em pé.
Foi conceitual, mas de bom gosto na harmonia de cores e nos relevos, realçados por miçangas douradas aplicadas próximas dos decotes. Foi pessoal, mas dentro das indicações da moda, pelos jogos de azuis e amarelos, por grafismos exóticos nas estampas. E esta coleção representou mais arte do que comércio pela dificuldade de produzir muitas peças com tanta elaboração.
"Será sempre assim, uma produção sempre pequena. A Teodora é maior, vende na Internet, em lojas kamikase e em multimarcas", avisou Rita. Portanto, quem quer vestir o estilo da Rita Wainer, pode apelar para a Teodora, o lado fácil de produzir e de usar da Rita.
Ninguém reclamou que não estava na fila A, acabou sendo um sitting dos mais democráticos.
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